O uso de inteligência artificial (IA) nas escolas deixou de ser um conceito futurista e passou a integrar o cotidiano de alunos e professores em diversas partes do mundo. Em Portugal e no Brasil, instituições de ensino estão investindo em plataformas baseadas em IA para personalizar o aprendizado, identificar dificuldades específicas dos estudantes e otimizar o tempo dos educadores.
Segundo especialistas, uma das maiores vantagens da IA no ambiente escolar é a capacidade de adaptação. Sistemas inteligentes conseguem analisar o desempenho de cada aluno em tempo real e ajustar os conteúdos e exercícios de acordo com suas necessidades. “É como ter um professor particular para cada estudante, disponível a qualquer hora”, afirma Mariana Lopes, pedagoga e consultora em tecnologia educacional.
Na Escola Municipal João Ferreira, em Braga, a implantação de um assistente virtual em sala de aula reduziu em 30% o número de reprovações no último ano. O sistema é capaz de sugerir vídeos, leituras e atividades com base no ritmo de aprendizado dos alunos. Para o diretor da escola, Pedro Silva, o impacto vai além do desempenho acadêmico. “Percebemos um aumento significativo na autoestima e no engajamento dos estudantes.”
Apesar dos avanços, a integração da IA à educação ainda enfrenta desafios. Entre eles, o acesso desigual à tecnologia, a formação adequada dos professores e a preocupação com a privacidade dos dados dos alunos. Organizações educacionais têm cobrado regulamentações claras para garantir o uso ético e responsável dessas ferramentas.
Especialistas concordam que a inteligência artificial não substitui o papel do professor, mas o transforma. “A IA assume tarefas repetitivas e permite que o educador foque no que há de mais importante: o contato humano, a empatia e o desenvolvimento crítico dos alunos”, conclui Mariana.
Com o avanço contínuo da tecnologia, o debate sobre o equilíbrio entre inovação e humanização nas escolas deve seguir como prioridade nos próximos anos.